segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Natal no Macuco


Era uma vez... Aquela Fazenda Encantada...

E, por ali...

Cresci... Passei, e ainda passo, momentos mágicos.

O Natal é um deles.

Quem conhece o vovô e a vovó já sabe: É a data que esperam reunir toda a família. Sempre foi assim.

No Natal, o Papai Noel, também, passa pelo Macuco... Há alguns anos, além do céu estrelado, do cheiro de mato, dos bordados e costuras da vovó, da prosa do vovô e da comidinha gostosa da Tetê, ele encontrou...

Encontrou por ali, nos arredores do Macuco, muitas crianças... Humildes e filhas de pais trabalhadores. Crianças descalças e, também, crianças com frio. Percebeu que essas crianças, apesar de toda condição, são alegres e têm o olhar cheio de esperança.

O Papai Noel teve uma ideia...
Lembrou do frio do Polo Norte... Frio o ano inteiro...
E... Segredo nosso... Papai Noel resolveu não voltar para lá.

Conversou com o vovô, conversou com a vovó, conversou com a Tetê e, assim: arrumaram um cantinho para ele.

Papai Noel ficou feliz. Ganhou um cantinho, tão gostoso, naquele lugar. E, por ali, abriu uma oficina de brinquedos, livros, roupas e qualquer coisa que possa ser transformada em um belo presente no Natal...


E, esse ano, ele já começou a trabalhar...
Está recebendo qualquer doação: Coisas novas ou usadas.
Vai trabalhar com carinho.
Para mais um Natal alegrar...
E, se você quiser ajudar...
É só ligar...
Buscamos em qualquer lugar...

Letícia - 31 8896 2998
Moema - 31 8886 9910
Mauro - 31 8817 2870



quinta-feira, 29 de abril de 2010

Quadrilha e Ciranda...

Só Vou Gostar de Quem Gosta de Mim
Caetano Veloso

"De hoje em diante vou modificar
O meu modo de vida
Naquele instante que você partiu
Destruiu nosso amor
Agora não vou mais chorar
Cansei de esperar, de esperar enfim
E pra começar eu só vou gostar
De quem gosta de mim

Não quero com isso dizer que o amor
Não é bom sentimento
A vida é tão bela quando a gente ama
Tem um amor
Por isso é que eu vou mudar
Não quero ficar
Chorando até o fim
E pra não chorar
Eu só vou gostar de quem gosta de mim

Não vai ser fácil, eu bem sei
Eu já procurei, não encontrei meu bem
A vida é assim, eu falo por mim



Pois eu vivo sem ninguém"




Acordei cantarolando essa música. Sorri...

Saí da "quadrilha", onde eu "amava" um, que "amava" outra, que "amava" outro.

Na quadrilha que vivi, teve gente feliz.

O último "outro"... Amou, também, aquela outra!

Veja você, Drummond!

Amor, também, é correspondido...

Torna-se Ciranda.

Espere, Drummond!

Senti um aperto miúdo no peito...

E, quem eu amei? E ele?!

Ele não entrou... Não entrou na Ciranda...

Morreu na solidão.

Pense Drummond! Poderia ser diferente.

SE ele, também... gostasse... De quem gosta(va) dele.

Mas, "a vida é assim... Eu falo por mim...

" E, de hoje em diante, eu só vou gostar de quem gosta de mim..."

quarta-feira, 10 de março de 2010

Um pouco de mim... Em mais de 140 caracteres...



Tenho mais de 20 e menos de 40. Não me importo com idade. Eu mesma esqueço. Esse ano vou fazer 30 ou 30 e uns, não sei. Ano passado e no outro fiz 25. Com filha de 12 fica pouco demais. Não acredito em príncipe encantado. Fiz um acordo com o amor: Nem ele me persegue, nem eu fujo dele. Um dia a gente se encontra. Na infância brincava na rua: Queimada, Rouba Bandeira, elefante colorido... Não existia funk e pagode. Bons Tempos. Chorava ouvindo "Pedaço de Mim". Dormia antes do JN. Nem pensar em novela. Obedecíamos a censura: "Programa não indicado para menores de 12 anos." Queria fazer 12 anos. Quando fiz, a censura havia sumido. Nunca gostei de boneca. Já cai de bicicleta em trilha e de cara no chão. Andei de skate e cai de costas. Perdi a voz. Achei que não voltaria. Tinha uma turma no bairro. Fiz pacto de sangue. Reunia num lugar secreto. O Cimear. Já até entendo meus pais. Mas isso não significa que concorde sempre com eles. Não tenho aptidão musical. Nem sei dançar. Amo o dia. Não nasci para noite. Acordo cedo e não sofro de mau humor matinal. Gosto de MPB. Amo o Chico, Vinícius e Tom... Da turma Bossa Nova, Clube da Esquina e humor inteligente. Teria sido uma das mulheres do Vinícius se nascida na época e no lugar certo. Tive outra sorte. Ganhei uma família linda. Não teria sido a mulher do Chico. Ele encontrou a Marieta e só coube ela. Já quis ser a Marieta. Faço piada de mim mesma. Rio, debocho de mim. Já amei quem não merecia e, menosprezei, talvez, o amor da minha vida. Amei intensamente. Sofri por amor. Tive amor platônico. Gosto do frio na medida certa e do calor no lugar certo.Tímida. Pareço brava mas meu coração é mole. Tenho poucos mas grandes amigos. Às vezes me sinto só mas lembro que tenho a mim mesma. Gosto de dirigir em estradas. Um dia quero fazer uma viagem de carro mundo afora. Ninguém merece as estradas do Brasil. Acho o trânsito de BH infernal. São Paulo deve ter jeito. Falta só alguém que pensa. Li que o Kassab quer fazer, a Fórmula Indi, nas ruas de SP, agora em março. Os treinos começam sexta. Prova Domingo. Marginal Tietê (via inútil dentro da perspectiva de trânsito diário!?1), em março (Não seriam as águas de março fechando o verão?)... Enfim, vou torcer para que não chova. E... Dentro daquela teoria de solução para SP, com certeza não é o Kassab a pessoa que pensa pela cidade. Sei trocar pneu mas não gosto de estragar minhas unhas. Amo maquiagem. Amo tecnologia. Detestava a professora de matemática. Quis ser veterinária, psicóloga, astrônoma e publicitária. Comecei Fonoaudiologia. Fiz administração pensando em MkT e RH. Fiz pós em Adm e MBA em Finanças. Amo desafios. Amo resultados. Não sei odiar: O tempo é remédio para tudo. Amo a fazenda. O céu estrelado, o cheiro e o sabor daquela fazenda. Tenho avós maravilhosos. Tive uma avó que já se foi. Quero viajar o mundo, ajudar o mundo e fazê-lo melhor. Quero ser avó. Avó de estórias, independente, moderna e doce. Por enquanto sou mãe. E, tento ser a melhor. No mundo ideal, escola, saúde e esporte andam juntos. Lazer e cultura são conseqüências. Quero conhecer um político limpo. Amo cheiro de chuva. Gosto do alto. Amo arquitetura moderna: Frank Lloyd e tudo que se originou dele. Decidi que venceria meus medos. Adoro frases de efeito. Amo cinema e ler. Me deixei seduzir pela saga do Crepúsculo. Faço parte do clube de mães que leva filhas para verem o Edward. Já desejei um homem tão lindo quanto ele. Utopia. Ele não existiria nem se fosse vampiro de verdade: Era vegetariano. Tenho memória seletiva. Amo algodão doce. Nunca tinha tomado caldo de cana com medo daquele bicho, o barbeiro. Me apresentaram o caldo de cana mais limpo do mundo. Levei minha filha para tomar caldo de cana e comer pastel. Mineirão lotado me arrepia. Hino do Galo cantado lá me faz pensar: são loucas pessoas que não amam o Galo. Já fui ao Mineirão sozinha. O namorado disse não ser lugar para mulher. Vi o Galo vencer. Valeu o namorado que perdi. Adoro meus bichos. Cada um que se foi deixou uma saudade monstra. Um não curou a falta do outro mas trouxe outras alegrias. Já perdi amigos e pessoas queridas. Penso mesmo que a vida é assim... Como disse Drummond: "As coisas Findas, muito mais que Lindas, essas ficarão". E, um dia, com certeza, a gente se encontra por aí.


terça-feira, 2 de setembro de 2008

Minha Pequena Felícia

Hoje me lembro da minha pequena Bia, aos quatro anos quando nossa Lua teve sua primeira ninhada...


Antes de mais nada, devo explicar, a Lua é nossa cadela Labrador presente de um ex namorado meu para a Bia. Chegou quando ela tinha 2 anos. Adorável... No primeiro ano nos deu muito trabalho: Engoliu um a agulha e foi operada, pegou uma parvovirose na clínica, foi mordida por um "amigo" - Dogue Alemao - que pertencia a um amigo do meu irmão... Fratura no crânio... Caiu na piscina as 3 da madrugada e, foi salva pelo sono leve do meu pai. P0r esse último motivo as duas labradoras que temos em casa devem ser as únicas da espécie que nao tem adoração pela água.


Logo que chegou em casa, ensinou a Bia a falar... Nao somos um família tagarela que poderia ter inibido a fala da Beatriz, mas... Fato é: a Beatriz custou a falar... Tirou as fraldas com menos de dois anos, nunca usou bico, andou rápido... Mas falar... Nao falava. Ouvia muito minha mae dizer: "Fala Bia, Fala... Você nao vai falar nunca?!"... A Lua também nao falava. Acho que isso incomodava a minha pequena Felícia. Um dia minha mae chegou em casa e se surpreendeu com uma cena. A Beatriz apertava as duas orelhas da Lua, fazendo pressão no focinho da pequena cadela reabilitada. Dizia: "Fala Lua, Fala. Você não vai falar?"... POsso dizer que desse dia em diante a Beatriz tem se empenhado em ensinar a Lua a falar... Sem sucesso mas com muita paciência. Já se foram 8 anos.


Bom, sobre a primeira ninhada da Lua... Foi numa noite no início de agosto... 2002... Dia 5 precisamente. Na véspera, ela tentou sem sucesso, nos dizer onde faria o ninho. Cavucou inúmeros buracos no jardim. Acabamos a convencendo de que o melhor seria na churrasqueira. Cercamos o local e pela manhã nos deparamos com 8 lindos filhotinhos. Como somos atleticanos, a Lua achou por bem trazer ao mundo 4 filhotinhos brancos e 4 pretinhos... Explicamos para a Beatriz, que na época, tinha fortes tendências cruzeirenses, que por ser atleticana, a Lua nao teve nenhum filhote Azul. Isso definiu o time da Beatriz.


Enquanto eu buscava minha avó para conhecer os meninos, a Bia e, meu pai cuidaram da cria.
Cheguei em casa e, vimos a Lua, fora do ninho, com um olhar desesperado (leia-se: por favor, alguém me ajude), atrás da pequena Felícia que levava um pote de biscoitos transparente com pequenos paezinhos "Seven Boys", pretos e brancos dentro...


Bom... Salvamos a cria... E, a Lua os criou com o mesmo amor que nos dedica hoje...


terça-feira, 8 de julho de 2008

Hortaliças

Adoro Rubem Alves. Ele tem uma relação maravilhosa com Deus, com a Natureza com as pequenas e grandes coisas do mundo. Conheci-o no meu primeiro ano de faculdade quando tive que ler " O Retorno E Terno". Achei que fosse mais um daqueles livros indicados e, que seria difícil sair do prefácio porque leria por obrigação acadêmica. Sempre lembro da Adélia Prado comentando que não gostaria que seu livro estivesse naquela lista do vestibular: "Gostaria que as pessoas lessem por prazer e, não por obrigação..." Naquele primeiro ano de faculdade, teria que fazer um trabalho valendo 15 importantes pontos... Me surpreendi: Li, reli e, passei para frente... Maravilhoso...

Um dia, apresentei-o ao meu avô, um devorador de livros. Ultimamente, confessou ele, tem selecionado o que quer ler. Me disse: "Não leio mais qualquer porcaria." Rubem Alves continua a acompanhá-lo. Rimos, nos divertimos, refletimos Rubem Alves. Da última vez que encontrei-o dei para ler, o livro: "Ostra Feliz Não Faz Pérola".

Sempre vou lembrar do meu avô quando "encontrar" Rubem Alves. Meu avô é, também, muito moderno. Lembrei-me agora que tenho que apresentar o Blog de Rubem Alves. Todos os dias, quando acorda lá no Macuco, a fazenda encantada, enterrada nas montanhas daqui de Minas, lê, na internet, notícias do Botafogo, seu time de coração. Aposto que o Blog fará parte da sua rotina.

Comecei essa postagem pensando no Macuco e, o motivo que me faz escrever sobre sabores de frutas. Tentei achar na net um trecho do livro acima onde Rubem Alves fala sobre o "humor" das frutas... Infelizmente, não encontrei. Quando chegar em casa vou folhear o livro para postar esse trecho... É delicioso.

Apesar disto compartilho com vocês o trecho dessa crônica - A Horta - do mesmo Rubem...

..."Uma amiga, cozinheira acostumada a cortar cebolas, um dia, ao prestar atenção na cebola que cortava levou um susto: nunca havia percebido que uma cebola era tão bonita: dezenas de anéis circulares, brilhantes, como se fossem um vitral de uma catedral. A cebola é tão bonita que Pablo Neruda escreveu um poema para a cebola, no qual ele se refere a ela como "rosa de água com suas escamas de cristal". Não é lindo? Experimente você mesma. Olhe para os legumes e hortaliças como se fossem obras de arte. Observe as formas, as cores, a ordem dos elementos numa espiga de milho, no tomate, no pimentão, numa cabeça de alho! As hortaliças não são só para serem comidas: elas são para serem vistas!

Junto à Horta crescia o pomar: Laranja, Mexerica, mamão, cidra, pitanga, uva, banana, limão vermelho, manga, jabuticaba, limão do mato, jambo, caqui... Felicidades: Uma jabuticabeira florida, perfumada, milhares de abelhas zumbindo! A forma e a cor da pitanga e do caqui! Uma laranja cortada ao meio, milhares de garrafinhas transparentes onde o suco está guardado!"

Isso não é delicioso? Se esse pomar estivesse no Macuco, teríamos que acrescentar, a Carambola, o Cupuaçu, a Lichia, a Cerejeira (vinda diretamente de uma floresta do Japão trazida por uma imigrante japonesa amiga da minha avó...). Segundo ela, na véspera da sua vinda, o pai entrou na "Floresta" para tirar a muda que veio no meio da bagagem... Velhos tempos aqueles... Mas com os mesmos sabores... Outras estórias...

sábado, 28 de junho de 2008